terça-feira, 15 de abril de 2014

O Rei jamais perderá sua majestade!!! O bacalhau ainda é o pescado mais adorado pelos brasileiros na data cristã.





Entra ano e sai ano, e o bacalhau continua inabalável na preferência nacional durante a celebração da Páscoa, foi assim que comemoramos junto com a FEIRA RAIZES DO CAMPO –Jaboticatubas – MG .

O bacalhau entrou como estrela em nossa oficina acompanhado de ingredientes frescos e naturais sem agrotóxico que deu um chame a mais em nosso prato “ Salada de bacalhau mediterrâneo flambado na cachaça de Jaboticatubas”.

E se você ainda não conhece a “Feira Raízes do Campo”  não deixe de conferir um pouco mais sobre o projeto:


Nossa última edição aconteceu no último dia 12 de abril e estava recheada de atrações!!!





E você sabe escolher, comprar e prepara o bacalhau??? Não. Pois bem fiquem atentos as nossas dicas elas passaram a ser itens obrigatórios na hora de escolher o bacalhau.




Como escolher?


Primeiramente deve - se prestar atenção na cor , que precisa ser amarelo- palha. Caso pretenda comprá-lo inteiro, há uma técnica para identificar  o ‘Gadus morhua’ ( tipo de bacalhau no qual falaremos logo a baixo).

 “As extremidades precisam ser negras e o rabo, nivelado por igual.” Outra dica é nunca comprar bacalhau que não esteja refrigerado, mesmo que seja conservado em sal, trata -se de uma carne delicada que precisa esta sob refrigeração. 

Caso contrario desconfie da procedência ,e por fim nunca compre bacalhau sem pele é nela que esta contida a gordura que confere maciez a  carne.


As partes do Bacalhau:


LOMBO - È da parte central do bacalhau, considerada a mais nobre do pescado, que se extraem postas altas e medias .O lombo pode ser preparado tanto inteiro quanto em postas e depois de cozido pode ser transformado em lascas.

ASAS E RABO – Da  laterais e do rabo do bacalhau é possível retirar postas mais finas, que podem ser desfiadas e utilizadas no preparo de bolinhos, saladas e pataniscas, entre outras receitas.

EXTRAS- Miúdos do pescado , como língua , bucho e bochecha , não são comuns no Brasil mas são muito apreciados em Portugal em pratos como arroz de língua e bochecha de bacalhau frita.




Um pouco sobre a Historia do Bacalhau :



Originário das águas frias e límpidas dos mares que circulam o Pólo Norte, o bacalhau é um alimento milenar: registros mostram a existência de fábricas para seu processamento na Islândia e na Noruega desde o século IX.

O mercador holandês Yapes Ypess foi o primeiro a fundar uma indústria de transformação na Noruega, por isso, é considerado o pai da comercialização do peixe industrializado.

A partir de então, a demanda pelo peixe passou a crescer na Europa, América e África, o que proporcionou o aumento do número de barcos pesqueiros e de pequenas e médias indústrias pela costa norueguesa, transformando a Noruega no principal pólo mundial de pesca e exportação do bacalhau.

Mas os grandes pioneiros no consumo do bacalhau são os Vikings que, ao descobrirem o peixe, passaram a secá-lo ao ar livre (na época o sal não existia) até endurecer – perdendo cerca da quinta parte de seu peso – para poder consumi-lo aos pedaços em suas longas viagens marítimas. 

Antes da industrialização do bacalhau, os bascos – cujo território atualmente está espalhado em províncias da Espanha e da França – já comercializavam o bacalhau.

Como já conheciam o sal, eles começaram a salgar o pescado para aumentar sua durabilidade.

O bacalhau passou a ser comercializado curado e salgado por volta do ano 1000.

Os bascos expandiram o mercado do bacalhau, tornado-o um negócio internacional porque o sal não deixava que o peixe estragasse com facilidade. Quanto mais durável o produto, mais fácil era sua comercialização. Como a geladeira só foi inventada no século XX, os alimentos que estragavam rapidamente tinham comércio limitado.

Então, já na idade medieval, o bacalhau ganhou o título de alimento durável e com sabor mais agradável que o dos outros pescados salgados.

Para a população pobre que raramente podia comprar peixe fresco, o bacalhau era um prato “cheio” porque era barato e tinha alto valor nutritivo. A soberania da Igreja Católica foi outro facilitador para seu comércio: o catolicismo impunha dias de jejum – que compreendiam as sextas-feiras, os quarenta dias da quaresma e muitos outros dias do calendário cristão – nos quais se proibia a ingestão de comidas “quentes” como as carnes; somente as comidas “frias”, como os peixes, eram permitidas. Assim, a carne passou a ser proibida em quase metade dos dias do ano, e os dias de jejum acabaram se tornando dias de bacalhau salgado.

O primeiro segredo para conhecer um bom bacalhau, da forma como os portugueses o consomem, é saber se ele está bem seco. Para isso pega-se próximo da cauda e este deve manter-se firme sem se dobrar. Neste caso, os olhos não enganam e, à vista desarmada, não se podem avistar mazelas como cortes estranhos no lombo central do bacalhau.

Este pormenor é essencial para saber se o bacalhau foi arranjado em fresco ou teve congelação prévia em alto mar. Quando escalado em fresco seca harmoniosamente. Quando o escalamento se faz depois da congelação em alto mar resulta geralmente num desprender de pedaços da carne ao longo da espinha central.

O tradicional corte em três bicos na parte mais larga do bacalhau seco mostra que foi preparado mal acabou de ser pescado.

Assim que o peixe é descarregado na fábrica de transformação é retirada a cabeça, o corte é feito à faca ao longo da abertura das guelras, mantendo o lombo que termina junto à parte posterior da cabeça.

Quando o bacalhau é capturado por 'navios-fábrica', é congelado de imediato e só é possível separar a cabeça com um corte feito com serra. Duas horas depois de pescado, o bacalhau é descarregado nas fábricas situadas nos cais dos portos.

Segue-se a degola e limpeza das tripas. Já sem cabeça e vísceras, o peixe é lavado e segue para uma máquina de escalar, que o espalma, retirando dois terços da espinha central. É empilhado em grandes fardos com sal entre cada camada. Estes fardos permanecem assim durante oito dias.

Está pronto o bacalhau verde (com pelo menos 16% de sal e 51 a 58% de umidade), que é exportado para Portugal onde será submetido ao processo de secagem.

O bacalhau é conhecido na gíria como o 'porco do mar' porque se aproveita na totalidade: das cabeças tiram-se as caras e as línguas e o resto vai para secar para se transformar em farinha de peixe. Parte das tripas são exportadas para o Japão, onde fazem delas um manjar. O fígado e restantes tripas servem para fazer óleo. As ovas são colocadas dentro de barricas numa mistura de sal e açúcar e passado um ano são exportadas para se fazerem patés e sucedâneos de caviar. A espinha dorsal também é recolhida para se elaborarem cosméticos.

O bacalhau possui valores nutritivos interessantes. Por cada 100 g apresenta 17.4 g de proteínas, 0.7 g lípidos, 0.0 g de hidratos de carbono, 16 mg de cálcio, 0.008 mg Vitamina B1, 0.07 mg Vitamina B2, 0.33 Vitamina B6 e 12 mg de folatos. A salga permite reter todos os nutrientes, eliminando qualquer germe durante a seca.




Só por curiosidade, o termo “bacalhau” se refere aos 05 tipos de peixes:


Cod gadus morhua

É o legítimo bacalhau. Também conhecido como bacalhau do porto, é considerado o mais nobre. A cor é de tom palha e uniforme quando salgado e seco. As postas são mais altas e largas. Quando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras.

Cod gadus macrocephalus

A diferença com relação ao outro é a coloração mais esbranquiçada. Muito semelhante ao legítimo bacalhau. Quando cozido, não se desfaz em lascas, mas pode ser facilmente desfiado.

Ling

É o tipo de bacalhau mais fino e comprido. Seu corte é muito apreciado no Brasil. Sua carne é clara e muito bonita. É ideal para grelhados, já que resiste mais ao calor sem se desfazer.

Saithe

Possui um sabor forte e coloração menos clara que os demais tipos. Quando cozido desfia com facilidade. Escolha ideal para preparo de bolinhos, saladas e ensopados.

Zarbo

É o mais popular. Menor do que os demais tipos, tem a textura mais firme e clara. Recomendado para o preparo de pratos desfiados, caldos e bolinhos.












E depois de tantas informações importantes vamos a receita de hoje. Rsrsrsrsrs 

Esta Salada de Bacalhau Mediterrâneo Flambado na Cachaça foi tema do Festim na Pousada Vovô Chiquinho no Festival de Gastronomia e Cultura de Tiradentes apresentada pela talentosíssima  Chef “Rosilene Campolina" no qual sou muito grata por esta sempre presente nesta minha caminhada pelo mundo das panelas .


 

Ingredientes:


1 k de bacalhau (Porto ou tipo Saithe)

2 cebolas grandes cortadas em pétalas (ou tirinhas à julienne)

4 dentes de alho bem picadinhos

200 ml de azeite português

2 pimentas de dedo de moça (sem sementes) bem picadinhas

1 maço de salsa fresca e cebolinha bem picado

150g de pimentão vermelho cortado em julienne (tiras)

150g de pimentão amarelo cortado em julienne (tiras)

150g de azeitonas verdes (sem caroço) picadas

150g de azeitonas pretas (sem caroço) picadas

100 ml de cachaça branca para flambar

Azeitonas portuguesas e pimenta dedo de moça para decorar

1 bouquet garni (alecrim, louro, tomilho, salsão) ou ervas de sua preferência

1 cebola inteira e dentes de alho para aromatizar a água do cozimento



Modo de Preparo :

Deixe o bacalhau de molho durante 24 horas, mudando a água três ou quatro vezes. Coloque-o em uma água aromatizada com o bouquet garni ou ervas e 1 cebola inteira para saborizar.

Leve ao fogo. Depois de levantar fervura, conte três ou quatro minutos e retire. Escorra, retire as peles e espinhas e desfie em lascas.

Doure a cebola e o alho no azeite e no óleo de abacate.

Junte o bacalhau e envolva-o muito bem. Acrescente os pimentões e misture delicadamente.

Flambe com a cachaça e deixe apurar todo o sabor.

Acerte os temperos com pimenta e um pouco de salsa. Monte a salda em louça branca. 

Finalize com o restante da salsa picada, azeitonas pretas, pimentas.

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