O papo Gourmet de hoje será com Felipe Tavares formado em Comunicação
Social, habilitação em Relações Públicas, pós-graduado em Gestão Estratégica de
Marketing,e também possui o curso de Cozinheiro pelo Senac-BH.
Ele adorava
sua carreira de Marketing, mas a paixão pela gastronomia falou mais alto e em
2010, largou tudo para começar uma nova vida na cozinha.
Em seu Blog
“INDO PARA COZINHA” ele conta sobre sua trajetória, bastidores e curiosidades
do mundo das panelas que no início não foi fácil, mas o transformou no talento que
é hoje.
Como
surgiu o interesse pela cozinha?
È aquela velha história de todo
cozinheiro: fui criado à beira do fogão ajudando minhas avós, tias e,
principalmente minha mãe. Um dia percebi que aquilo era muito mais que um hobby
e que queria mesmo era trabalhar na cozinha.
Quais
são suas influências gastronômicas?
Gosto do trabalho de chefs que
inovam na culinária, mas que mantém suas tradições e raízes. Apesar do AnthonyBourdain
não ser mais chef e atuar como jornalista e apresentador, foram os livros dele
que mais me inspiraram e influenciaram na cozinha.
Dos chefs atuantes, admiro muito
o trabalho e dedicação do Thomas Keller(The FrenchLaundry e Per Se), Eric
Ripert(Le Bernadin) e do brasileiro Rafa Costa e Silva (Lasai).
O que você acha da nossa gastronomia mineira?
Adoro nossa
culinária! Os temperos, a diversidade de sabores e a simplicidade que ao mesmo
tempo a torna tão difícil de ser bem executada.
Como
você define sua cozinha?
Me identifico muito com o
conceito desenvolvido pelo chef Jefferson Rueda do restaurante Attimo, cozinha
ítalo-caipira. Ou seja, técnicas e pratos italianos sendo feitos com
ingredientes brasileiros e, claro, da roça. Afinal, quase todo mineiro tem um
pezinho lá!
Algum
ingrediente não entra em suas produções?
Admiro alguns chefs que fazem a culinária
molecular/tecnicoemocional, mas eu mesmo não utilizo nenhum desses produtos em
meus pratos.
Qual
sua obra prima na cozinha?
Recentemente fiz um prato para uma confraria que participo
de chefs que gostei muito e fez muito sucesso: Talharim de pupunha ao creme de
limão siciliano e chips de bacon.
Sua
paixão na cozinha, o que te emociona?
O tanto de
gente que eu já conheci que realmente se importa com a gastronomia, que não
estão seguindo modismos.
Que mesmo depois de 12h, 14h trabalhando em pé saem do
restaurante rindo e loucos para tomar uma cerveja e relembrar a loucura que foi
o dia, o que deu certo e o que pode melhorar.
Como
acha que será o futuro da gastronomia?
Bem complicado. Por um lado está
muito bom, nunca tivemos tantas técnicas e acesso a ingredientes do mundo todo.
Por outro lado, temos que tomar cuidado com a banalização e glamourização da
profissão. Os chefs estão ganhando papel de celebridades e muitos acham que a
gastronomia é só cozinhar na televisão e sair em jornais e revistas. Mas esquecem
que para chegar ali, foi necessário lavar muita panela, esfregar muito chão e o
principal, ser humilde.
Esse boom da gastronomia tem trazido muita gente para a cozinha que acha
que a vida ali é fácil, que já é chef sem ter sido ao menos auxiliar, que já
sabe usar todas as técnicas porque tem sei lá quantos livros ou viajou para o
exterior. Quem vive dentro de uma cozinha, sabe o quão difícil é nossa
profissão.
Fale
um pouco sobre o “Blog INDO PARA COZINHA” como começou o projeto?
Quando troquei de carreira,
comecei a tomar sustos atrás de sustos nas cozinhas. Nada do que eu via ali,
alguém tinha me falado ou me preparado. Criei o blog com a intenção de mostrar
o “lado B” das coisas. O que não é falado nas escolas, revistas e programas
especializados. Queria mostrar como é muito difícil trabalhar TODOS os
feriados, conviver com pessoas com um passado bastante obscuro, enfrentar
longas horas de trabalho dentro de um lugar quente, estressante e apertado!
(rs)
Com o tempo as coisas foram
melhorando e o tom do blog foi mudando. Hoje divulgo experiências mais
positivas, curiosidades da profissão, entre outros assuntos.
Atualmente,
como está sua vida profissional, projetos e afins?
Trabalho ao lado do grande chef e
amigo, Edson Puiati na coordenação do curso de Gastronomia da Una, faço muitos
eventos, dou consultorias para restaurantes e ainda este ano quero investir
ainda mais no "Indo pra Cozinha" que tem tido muitos resultados positivos.
Enfim,
o que você gosta de comer?
Comidas
simples e feita com dedicação. Mas como diz um foodie famoso – Fábio Moon – simplicityisn'tsimple.
Ou seja, fazer o simples não é nada fácil.
Para
estreia o PAPO GOURMET convidamos a chef ROSILENE DE LIMA CAMPOLINA que é
graduada em comunicação social e gastronomia.
Também
administra o portal gastronômico www.chefachef.com.br e possui experiência em cozinha nacionais e internacionais, com
passagens por escolas como Allain Ducasse, Ritz Escoffier e LenOtre.
É
membro da ADESG- AREGALA- CNP ( Conselho Norueguês da pesca ) e FIC ( Federazione Italiana
Cuochi ).Faz parte “conspiração gastronômica” e “Confraria Giuseppina”.
Vencedora do concurso “ Melhores receitas”, no
canal GNT- Programa Menu Confiança com o chef Claude Troisgros e o jornalista
Renato Machado.È campeã sul-americana do concurso Les chefs Sofitel e bacalhau
da Noruega.
Des de
1998 venceu o concurso Rino de ouro por cinco anos consecutivos na Duratex S/A.
È colunista das revistas Minas Gurmet, arte Gourmet digital, Jonais Mg turismo
, COPM e escreve para os sites FoodBrasil.net, Babyboomers, glorinhaCohen e
Gastronomia Sustentável.
Em 2010
e 2011 recebeu os prêmios “Troféu Mulher Mineira” e “Mulher Influente” na
gastronomia pelo seu trabalho de networking no portal chef a chef, onde difunde
e compartilha com o mundo goumet uma gastronomia sem fronteiras !
Rosilene, para começar nossa conversa, gostaria de saber como surgiu o
seu interesse
pela cozinha?
pela cozinha?
Sou de uma família
interiorana que desde cedo conviveu com fogão à lenha e panelas. Cresci vendo a
minha mãe
e minha avós
preparem um porco inteiro e a famosa carne de lata que entre outras
iguarias como requeijão e queijo abasteciam a nossa despensa. Mas a minha
carreia gastronômica alavancou quando participei e venci os dois concursos de
expressão nacional e internacional, sendo eles, o de "Melhores
Receitas, no programa "Menu Confiança", no canal GNT com o Chef
Claude Troisgros e jornalista Renato Machado e o "Les Chefs Sofitel e
Bacalhau da Noruega". O prêmio me deu a chance de estagiar com grandes
chefs e passar por escolas como Lenôtre, Ritz Escoffier e Alan Ducasse, além do
estágio na rede francesa de hóteis Sofitel.
Como você define sua cozinha?
A minha cozinha é
sem fronteiras, contemporânea e de produto que privilegia os ingredientes
regionais e procura trabalhar dentro do conceito do Slow Food e da
Ecogastronomia, já que a sustentabilidade é uma de minhas bandeiras.
O que você acha da nossa gastronomia mineira?
Sem nenhuma
modéstia, acho a cozinha mineira a mais representativa do País com uma oferta
de pratos que fica
difícil escolher
qual seria o mais emblemático entre eles. Minas é o Estado com maior
biodiversidade, e a natureza
nos brinda com
ingredientes que enriquecem nossos pratos e valorizam a nossa cozinha,
conferindo sabor, cor e sobretudo, identidade que retrata a influência
indígena, africana e europeia na nossa gastronomia.
Algum ingrediente não entra em suas produções?
Rã. Não gosto de
trabalhar com este insumo. Tenho gastura de manipular o anfíbio e para
confessar, tenho um pouco de nojo em degustá-lo. O coelho também é um
animal que tenho resistência em preparar por ter dó do bichinho...rsrs
Qual sua obra prima na cozinha?
Considero as minhas duas receitas premiadas
nos concursos acima descritos, o "Frango à Kinnalli" (fusão de
ingredientes mineiros e asiáticos) e o "Bacalhau Brasileiro",
(flambado na cachaça com pure de açafrão da terra e leite de
coco) considerado o melhor da América do Sul no Les Chefs Sofitel.
Como acha que será o futuro da gastronomia brasileira?
O Brasil tem um
potencial fantástico em matéria de produtos, frutos, carnes e raízes
amazônicos. Nesse aspecto, a natureza foi particularmente generosa conosco. Aprendemos
apreciar a boa cozinha e já existem muitos profissionais de alto nível no
Brasil e no mundo. Só precisamos identificar melhor nossos próprios
recursos culinários para então iniciar um diálogo produtivo com os consumidores.
Creio que, neste momento, o Brasil está definindo sua própria identidade
culinária e buscando um caminho para se exprimir internacionalmente.
Acredito no reconhecimento e entendimento do próprio patrimônio com suas
raízes culinárias, a boa comunicação com os produtores e a valorização do
produto nacional e regional, os quais serão vitais neste processo. Investir em
escolas, workshops e formação voltados para crianças e adolescentes, com o
intuito de estimular a descoberta e formação de jovens talentos, bem como capacitá-los
para o mercado gastronômico (global ) de trabalho é talvez o grande
caminho.
Enfim, o que a chef gosta de comer?
Orgulho de ter essa moça parte da equipe da Revista Minas Gourmet. Parabéns, Rosilene!
ResponderExcluirAbraço do Rodrigo Castelo